http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2013/10/11/fotos-celebram-florence-no-cis-guanabara
Mais que abrir exposição nas salas do CIS
Guanabara, na quinta-feira (10 de outubro), foi dia de rever pares e
amigos para os fotojornalistas Antoninho Perri, Antonio Scarpinetti,
Dário Mendes Crispim, Manoel Marques, Ricardo Lima e Tiago Navas. A
mostra é parte da programação da sétima edição do Festival Hercules
Florence, que movimenta o cenário fotográfico de Campinas até 31 de
outubro. “Hoje estamos na frente da câmera. É gratificante poder expor
nossa produção jornalística e reunir amigos de Campinas e região. É
difícil ter espaço em Campinas para exposição de fotojornalismo. É
excelente a ideia do Festival Hercules Florence”, disse Perri, fotógrafo
da Assessoria de Imprensa da Unicamp, autor da seleção “Ruas e Campos”.
A mostra coletiva pode ser visitada até dia 31, nas salas de exposição
do CIS Guanabara, à Rua Mário Siqueira, 829, no bairro Guanabara, em
Campinas.
Dentro de um vasto repertório, que
soma anos de experiência em importantes veículos de informação e
empresas, os fotógrafos emolduraram poucas fotos que representam um
momento, um período ou um lugar de sua carreira. A seleção criteriosa
faz com que, além de aspectos estéticos e informativos, as fotos
escolhidas traduzam a sensibilidade de cada autor. Antonio Scarpinetti
dá uma breve mostra do Cerrado brasileiro, com ênfase não somente na
biodiversidade, mas também na representação humana do lugar. A seleção
“Recortes do Cerrado” é parte da produção feita durante viagem a Goiás
(DF), segundo o fotógrafo. “São recortes mesmo. O cerrado é um dos
biomas mais ameaçados por conta das fronteiras agrícolas que avançando
sobre esse ambiente. Retrato esse aspecto e também as riquezas
produzidas pela biodiversidade local, pois e o berço das águas. Há
características específicas também aqui representadas, como os galhos
retorcidos das árvores. E o elemento humano, que não pode faltar”,
explica Scarpinetti.
Como os brasileiros vivem? O autor da seleção
“Brasil mostra sua cara”, Manoel Marques, opta por traduzir o que lhe
chamou atenção em sua volta ao Brasil. Emoldurou o campo de futebol, o
rosto amazonense, o pescador, o pantanal, o vaqueiro e a viagem e
burrico para garantir água. Instiga o visitante ao debate sobre o
trabalho infantil na indústria do fumo. Além da satisfação em mostrar as
coisas do Brasil, Marques se mostra emocionado com o reencontro na
galeria do CIS Guanabara com mestres que se tornaram colegas de
trabalho. Entre eles, está Neldo Cantante, seu primeiro incentivador na
área de fotografia do Jornal Diário do Povo de Campinas, no final da
década de 1980. “Eu era guardinha; trabalhava como operador de
telégrafo, mas um dia fui revelar uma foto e “pirei”, passei a visitar o
laboratório do jornal e Neldo, por ver meu interesse, começou a me
passar algumas fotos para fazer. Até que um dia fotografei o cantor
Belchior acendendo um cachimbo, durante visita que ele fez ao jornal
para divulgar o disco Medo de Avião. Estou feliz por participar, porque
minha formação foi em Campinas e por expor com amigos que gosto muito.”
As
cenas diárias presenciadas entre os moradores de Eirunepé chamaram a
atenção do jornalista Álvaro Kassab e do fotógrafo Dário Mendes Crispim,
em expedição do Projeto Rondon, em 2003. Foi na sequência de 800
imagens que ele buscou os olhares que mais traduzem a importância desse
momento de sua carreira. Na mostra do Festival Hercules Florence, a
seleção recebe o nome de “Vida Ribeira”. “Quando decidi acompanhar a
expedição à Amazônia, pensei que registraria as ações dos profissionais e
alunos do Rondon, mas ao deparar com a riqueza natural do lugar e com
as pessoas, o Álvaro começou a entrevistá-las e eu tive a oportunidade
rica de acompanhá-lo. Todas as pessoas aqui expostas são personagens de
matéria produzidas por ele”, explica.
As
ondas inspiraram a seleção “Moonlight”, de Tiago Navas, especialista em
fotografar surfe para revistas esportivas. As cinco molduras escolhidas
pelo fotógrafo encantaram algumas pessoas presentes na abertura. "Que
trabalho bonito", disse a jornalista Raquel do Carmo Santos.
A
abertura se converteu numa grande confraternização, que reuniu
fotógrafos e jornalistas de diferentes gerações, amigos e família. O
coordenador do CIS Guanabara, Odair Marques da Silva, falou sobre a
satisfação de receber uma mostra de profissionais de excelência. “Este é
um espaço vivo de cultura na cidade, e está
aberto a parcerias. Alegres de termos esse público e poder apresentar o
trabalho desses grandes fotógrafos que muitas vezes não têm a
visibilidade que merecem, mas acreditamos que esta mostra posso
estimular outras iniciativas.” A primeira dama de Campinas, Sandra
Ciocci, aprovou a iniciativa. “Fico feliz ao ver esse espaço repleto de
pessoas. Sou formada pela Unicamp e ainda passo metade de meu dia lá,
então, para mim, é gratificante ver a nossa universidade fomentando a
cultura em Campinas.”