sexta-feira, 1 de março de 2013

Um novo reitor


O 13º na sucessão da Unicamp

Em poucos dias, precisamente em seis e sete de março deste ano, a comunidade da Universidade Estadual de Campinas Unicamp exercerá mais uma vez uma ação de democracia. A consulta à comunidade para escolha do novo reitor da Unicamp.


Já são quatro décadas desde a sua fundação oficial, 5 de outubro de 1966 ou melhor, completa em outubro próximo, 47 anos de existência. Relembrando um pouco o seu passado, a universidade teve seu primeiro gestor o docente Cantídio de Moura Campos, que assumiu o cargo por oito meses, tendo como seu sucessor Mário Degni, que foi indicado pelo governador do Estado Adhemar de Barros, permanecendo nas funções até 1965. Eis que surge Zeferino Vaz, comandou a Universidade por 12 longos anos, é considerado o reitor de sua instalação.


Seguindo a sua ideologia de que para funcionar uma universidade era preciso primeiro de homens, segundo de homens, terceiro de homens, depois bibliotecas, depois equipamento e finalmente edifícios, o professor Zeferino preocupou-se primeiramente com a contratação de pessoas capazes intelectualmente e com impulso de transmitirem conhecimento. Convidou cientistas brasileiros que atuavam nos Estados Unidos e na Europa e trouxe também professores estrangeiros.
  (História da Unicamp).


Neste brevíssimo relato da história, vemos que já passaram pelo comando da Unicamp 12 pessoas, que de certa forma deixaram seu legado aos dias vindouros da Universidade. Em tão pouco tempo de existência a acadêmica alcançou um alto reconhecimento, tanto no país quanto no resto do mundo. Marcada pela sua infinita qualidade em educação, pesquisa e extensão a Unicamp torna-se hoje referência internacional, de acordo com indicadores da Coordenadoria de Relações Institucionais e Internacionais da Unicamp (Cori), a Universidade vem trilhando um caminho sólido na sua afirmação como uma universidade de classe mundial. Zeferino Vaz já tinha tal visão de que era importante ter professores estrangeiros destacados em suas áreas de atuação para consolidar o projeto acadêmico da Universidade.


E hoje, com um contingente estimado de aproximadamente de 12 mil pessoas, entre docentes e funcionários, constituem essa enorme comunidade, que contribui significativamente na ascensão da Unicamp, e a faz a academia se destacar nas diversas áreas além é claro no cenário acadêmico, serão os maiores protagonistas nas eleições para reitor. Os graduandos, também fazem parte dessa massa, porém os mais envolvidos e os que mais sentem os reflexos de uma nova gestão são os docentes e nós funcionários.


Na última consulta, em 2009, do colégio eleitoral com 1.949 docentes, 1.595 foram às urnas; dos 7.189 funcionários, 5.546 votaram; e dos 24.936 alunos, 2.257 participaram da consulta. A votação foi proporcional: os votos dos docentes representaram três quintos do total, e os votos dos funcionários e alunos, um quinto de cada grupo.


Tal consulta a reitoria de 2013, definirá para os próximos anos um gestor que terá como desafio, manter o fortalecimento da Universidade na sua educação, conhecimento e inovação científico-tecnológica, bem como consolidar de maneira eficaz o tripé da academia, graduação, pesquisa e extensão. Por sua vez, a Unicamp tem o compromisso de manter uma relação sólida com a sociedade a fim de disseminar o conhecimento, proporcionando uma maior qualidade de vida aos cidadãos. Ela deve prover em parceria com a administração pública, estruturas que possam minimizar a exclusão social e fazer de fato a integração como forma de desenvolvimento social.


É fato que em processos políticos eleitorais, existe um desgaste natural tanto dos eleitores quantos dos candidatos, concernente a propostas e compromissos de gestão, porém há de se manter o bom senso e deixar bem claro quais os caminhos que irão ser tomados. Afinal a prosperidade se tem gradativamente, e estamos falando da Universidade Estadual de Campinas, a saber, Unicamp.


Não se trata de leiloar a Unicamp e sim de direcioná-la cada vez mais a sua excelência, fazendo-a cumprir seu papel de Universidade Pública, formadora e sendo responsável por oferecer a sociedade os melhores cursos de graduação e pós-graduação além da produção de pesquisa científica e tecnológica do Brasil.


Assim aguardamos o nome daquele que será o 13º na lista de reitores que já comandaram a Unicamp, aquele que terá a responsabilidade de somar e não subtrair, multiplicar e não dividir. Fará parte da história, tal qual o visionário Zeferino Vaz, que se valer, olhem-no como exemplo.



Dário Mendes
Jornalista (Mtb-34.350) dariomc@unicamp.br
Centro Cultural Estação Guanabara/Unicamp