A data mais esperada para esse ano talvez seja o dia 30 de
novembro, o que significa, de acordo com a administração pública de Campinas, a
reinauguração do antigo Teatro público da cidade, o famoso Teatro Municipal
Castro Mendes. Segundo informações ele deve se apresentar muito mais robusto,
imponente, e com a promessa de se tornar referência na região. Com cerca de 10
milhões destinados a sua reforma, Campinas terá o teatro que tanto mereceu.
1º Ato – Protagonista de alguns impasses, desde a sua
inauguração em 1974, quando veio substituir o primórdio Teatro Municipal Carlos
Gomes. De lá para cá, reformas foram executadas, não consigo precisar quantas
foram, porém o teatro Castro Mendes, nasceu e vive dias de glória, isso é fato.
Não é a toa que o nome do teatro homenageia uma das figuras mais brilhantes de
Campinas. José de Castro Mendes, o “Zeca”, como era assim chamado pelos seus.
Nascido em 1901, era dotado de tamanha sensibilidade pela história, que passou
parte de sua vida se dedicando as memórias de Campinas. Seus registros expõem de certa forma uma
Campinas que no passado trilhava um grande caminho para o futuro.
2º Ato – Batizar o teatro com o nome de um ilustre
campineiro como o Zeca faz-me pensar o quanto isso o imortaliza, pois ver essa
casa de espetáculo de volta à ativa, trazendo e evolvendo gerações, culminará
no resgate crucial da nossa história, história essa que Zeca tanto apreciava.
Relatos da nossa cidade, onde não seremos mais tão leigos aos momentos vividos,
seremos sabedores do quanto Campinas se fortaleceu e se fez valer tornando-se
uma das maiores cidades do País. Tempos que não devem ser esquecidos e sim
motivadores para o presente e futuro.
3º Ato – Hoje a expectativa gira em torno do seu
funcionamento. O Teatro é esperado tal qual se espera um nascimento, a
população quer mesmo assistir a espetáculos consagrados, quer participar de uma
vida cultural, poder dizer “eu vou ao teatro hoje”. Não basta ser qualquer
teatro, tem que ser o nosso, o municipal, o Castro Mendes. Fica a nós,
cidadãos, o dever de preservar, buscar e participar da cultura campineira,
assim seremos pessoas mais sábias, prósperas e acima de tudo viveremos dias
melhores.
4º Ato – Para Campinas de um modo geral, tornar-se
referência na vida cultural da região, significa muito no cenário do
desenvolvimento da cidade. Atrair investidores, empresários dispostos a
financiar a cultura na cidade em parceria com a administração, faz parte de uma
politica cultural consistente e determinante. A merecida valorização dos
artistas e profissionais da cultura, da disseminação da nossa cultura popular
proporciona, sem dúvida nenhuma, o crescimento positivo do turismo
cultural. Fica bem claro que reformar o
teatro Castro Mendes é apenas uma ação funcional, a administração pública deve
cada vez mais investir e inserir a cidade nesse contexto, o das artes. É
preciso saber usufruir de tudo o que o Estado e o Governo Federal oferecem aos
municípios em termos de inclusão cultural. A cultura é parte do processo econômico,
geradora de emprego e renda. Tem potencial econômico no setor cultural: a
defesa e expansão de nossos valores, nossas artes, nosso patrimônio, nossa
música, teatro e cinema, nossa gastronomia, nosso saber e nosso fazer. Somos
parte dessa massa construtiva e é nossa responsabilidade cobrar do executivo
mais atenção a causa.
Grand Finale – Por fim esperamos que o majestoso Castro
Mendes, passe a ter um papel importante, tanto para a população, que poderá apreciar
belas artes, quanto na cessão do espaço, o uso compartilhado com os artistas de
Campinas, fazendo de uma maneira saudável a verdadeira democratização cultural.
Vá ao teatro!
Dário Mendes
Jornalista e Analista de Negócios por T.I
Comunicação CIS-Guanabara da Unicamp
Jornalista e Analista de Negócios por T.I
Comunicação CIS-Guanabara da Unicamp